Nos dias 24 (sexta-feira, às 20h) e 25 de março (sábado, às 17h), no Cinema Condessa Filomena Matarazzo (Centro Cultural Matarazzo), em Presidente Prudente, estreia Pia Mater: em busca de uma maternidade possível, espetáculo circense e de linguagem clownesca do Grupo Laje.
Dirigido pela dramaturga e diretora Rhena de Faria, no palco, quem assume o papel da mãe é a atriz, palhaça, dramaturga e psicóloga Joana Barbosa. O monólogo cômico mostra o dia a dia – ora cômico, ora dramático – de Maria Gelatina, uma mãe palhaça de primeira viagem, e expõe o complexo universo da maternidade. No sábado (25), às 17h, haverá uma ‘sessão materna’, com estrutura pensada especialmente para acolher as mães com seus bebês e filhos pequenos; o espetáculo será seguido por um bate-papo da atriz Joana Barbosa e da diretora Rhena de Faria com uma profissional de saúde convidada da região.
Após o parto a mãe se transforma em uma cuidadora invisível. Geralmente ela é a única a ser responsabilizada pelo desenvolvimento da criança e é pouco assistida pelo Estado que oferta limitadas vagas em creches e uma escassa política pública nesse sentido. A licença paternidade é de apenas cinco dias e mal se discute a possibilidade de o benefício ser concedido igualmente a pais e mães. Como as mães elaboram esse fenômeno?
Por outro lado, o período do pós-parto, conhecido como puerpério, é marcado por acontecimentos importantes: os órgãos retornam aos locais e tamanhos de origem, as mamas atingem seu desenvolvimento completo e não voltam a ser como antes, o sono e a rotina mudam, as emoções ficam à flor da pele e a solidão torna-se um sentimento latente. Com tudo isso nasce também uma mãe, que luta para equilibrar hormônios, relações pessoais, trabalho e autocuidado.
Entre trocas de fraldas, banhos, sonecas e passeios de carrinho, Pia Mater: em busca de uma maternidade possível, aborda temas que retratam as grandes mudanças físicas, comportamentais e emocionais no cotidiano de uma mãe, dialogando com o público e tecendo a ideia de uma maternidade desmistificada, possível e real, próxima daquilo que a mulher realmente vive e distante do romantismo que se é pregado.
Formado por uma equipe feminina e materna, o projeto respeitou e acolheu as necessidades das profissionais, valorizando o trabalho de mulheres-mães em um cenário de frequente exclusão e intolerância. “Queremos retratar, refletir, problematizar e discutir aspectos reais e profundos da maternidade. Acolher, abraçar e empoderar as mães e futuras mães. Convidar o público para mergulahr na temátia”.
Grupo Laje
Fundado em 2010, é e atualmente formado por Joana Barbosa, Natalia Vaz, Paulo Candusso e Rodrigo Veloso, o Grupo Laje, o grupo pesquisa a comunicação do corpo como fio condutor das encenações, criando obras que trabalham temáticas variadas como a palhaçaria, a plataforma, o melodrama e o teatro físico.