Nesta terça-feira, 24 de janeiro, o governador Tarcísio de Freitas e o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, anunciaram o início do programa que promete organizar e agilizar as filas para os procedimentos cirúrgicos oncológicos. Atualmente, o Estado de São Paulo tem 1.536 pessoas aguardando por estas cirurgias e algumas estão há até oito meses nesta espera.
Para ampliar esse atendimento, serão abertas três salas cirúrgicas e 45 novos leitos de internação, sendo 15 deles de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), unidade que integra o Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, e que é ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.
“Existem, hoje, de 7 a 9 mil leitos fechados no Estado de São Paulo, isso não é razoável, temos de apostar na reabertura desses leitos. É preciso aumentar a nossa disponibilidade e as vagas. Estamos aqui celebrando o início desse movimento. Temos excelência, temos os melhores profissionais do Brasil, um corpo clínico maravilhoso, a gente pode oferecer ao paciente do SUS o que ele teria em qualquer hospital privado do país, e pelo SUS, pelo sistema público de saúde. O SUS nos orgulha muito, é um patrimônio que mostrou seu valor quando submetido ao estresse da pandemia. São vidas, são pessoas que vão ser tratadas e terão mais esperança”, destaca Tarcísio.
A ampliação da infraestrutura no Icesp tanto de salas cirúrgicas quanto do número de leitos possibilitará o atendimento de 1.250 novos pacientes nos próximos 12 meses e a realização de 840 cirurgias adicionais, o que representa um incremento de 20% do originalmente previsto para o período.
Esta iniciativa tem como meta reduzir a fila atual de pacientes oncológicos no Estado de São Paulo em cerca de 40%, nos primeiros três meses da ação.
Atualmente, o Instituto do Câncer conta com 445 leitos operacionais e na sua capacidade plena disponibilizará 490 leitos, sendo 85 de UTI, conforme previsto desde a sua inauguração, em 2008.
Essa ampliação de leitos de UTI representará 20% de acréscimo sobre a oferta atual, sendo este um recurso primordial no tratamento com a mais alta complexidade em oncologia.
O maior número de pacientes atendidos permitirá o aumento da oferta de tratamentos clínicos em quimioterapia (2.350 sessões) e radioterapia (2.700 sessões) e dos serviços de apoio terapêutico como exames laboratoriais e de imagem a exemplo da tomografia e ressonância magnética.
“Os pacientes oncológicos demandam muito da estrutura das unidades de internação, tanto para etapas programadas do tratamento, como as cirurgias, quanto para atender eventuais intercorrências secundárias à doença. A disponibilidade de leitos é hoje, portanto, a principal restrição na oferta da estrutura assistencial e, consequentemente, no aumento do volume de novos pacientes no Icesp. A abertura de novos leitos, principalmente os de UTI, reforça a importância deste recurso essencial para o melhor atendimento do paciente com necessidades de alta complexidade”, explica o presidente do Conselho Diretor do Icesp, Prof. Dr. William Carlos Nahas.
Ocioso
Em Presidente Prudente, o Hospital de Esperança – referência regional para o tratamento da doença – segue ocioso, com a maior parte de sua estrutura inutilizada por falta de recursos.
Nos bastidores, é discutida a ideia do governoe estadual encampar o HE, como ocorreu com o Hospital Regional, em 2008.
Mais atendimento
Na semana passada, Eleuses Paiva esteve reunido com prestadores de serviços oncológicos de todo o Estado para alinhar a estratégia que fará para a fila andar. “Não podemos admitir que pessoas com câncer aguardem tanto tempo para realizar o tratamento necessário. Nossa meta é tirar essas mais de 1,5 mil pessoas da fila logo nos 100 primeiros dias de governo e para isso é essencial a participação de todos essas pessoas que estão aqui hoje, trabalhando em conjunto em prol da população de São Paulo”, afirma o secretário.
O Hospital São Paulo, que possui gestão realizada por um conselho de representantes da SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina), Unifesp, Escola Paulista de Medicina e Escola Paulista de Enfermagem, foi um dos primeiros a aderir à ação e começa, ainda neste mês os atendimentos clínicos, de quimioterapia, radioterapia e cirúrgico a 690 pacientes.