Lei sancionada denomina Cemitério Campal com o nome do pioneiro Tuffi Athia


Familiares recebem lei sancionada do prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã) | Fotos: Rogério Mative/Grupo Athia

Responsável por implantar o primeiro serviço funerário de Presidente Prudente, o pioneiro Tuffi Athia terá o seu nome no Cemitério Campal. A homenagem ocorre por meio da Lei nº 154/2025, que foi sancionada pelo prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã), nesta segunda-feira (20). O ato contou com a presença de netos e bisneta do fundador do Grupo Athia, empresa mais antiga em funcionamento na cidade, que completa 100 anos em 2026.

A partir de agora, a necrópole passa a denominar-se “Cemitério Campal Tuffi Athia”. “A iniciativa visa prestar justa homenagem ao Sr. Tuffi Athia, cidadão de destacada relevância para o desenvolvimento do nosso município”, cita o documento.

“Diante de sua trajetória exemplar e da importância histórica de suas iniciativas, é justo que o Município perpetue sua memória, denominando o Cemitério Campal com o seu nome”.

Durante o ato na Prefeitura, estiveram presentes os netos do pioneiro, Christiane Athia, Oswaldo Athia e Denilton Athia – que fazem parte do conselho de administração -, e a bisneta Dominique Athia; além do diretor executivo do Grupo Athia, Gilmar Palenske.

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Também marcaram presença o vice-prefeito José Osanam, os secretários municipais de Planejamento, Laércio Alcântara; de Gabinete, Feiz Abbud; de Comunicação, Raphael Marquezi; de Meio Ambiente, Wilson Portella; de Administração, Celso Gazolla; e de Assuntos Jurídicos, Pedro Anderson da Silva; além de assessores parlamentares.

“É uma alegria muito grande para a nossa família ter o nome do nosso avô imortalizado nesta homenagem. Quero agradecer muito a todos por este gesto. O meu avô foi um grande empreendedor; quem o conheceu sabe o tanto que ele teve de participação em toda comunidade e no desenvolvimento da cidade. Nós estamos muito orgulhosos e emocionados”, fala Christiane Athia.

O prefeito Tupã destaca a representatividade da família Athia no crescimento da capital do Oeste Paulista. “É um momento muito importante. Tuffi e a família sempre acreditaram em Prudente. Merece muito o nosso respeito e gratidão. As pessoas não podem esquecer daqueles que desbravaram Presidente Prudente, de quem teve o primeiro CNPJ. O que representa a família Athia para nós? Representa muito! Esse ato que fizemos aqui, com a aprovação dos vereadores, é um reconhecimento. Talvez tivéssemos de fazer muito mais”, frisa.

“Passa o tempo e a família Athia continua enraizada em Prudente, acreditando em nossa cidade e sendo parceira da Prefeitura em projetos sociais. Nunca se negou a ajudar essa cidade. Em nome de todos, recebam o respeito da população prudentina”, finaliza.

Familiares recebem lei sancionada do prefeito Milton Carlos de Mello (Tupã) | Fotos: Rogério Mative/Grupo Athia

Da Síria para Prudente

Nascido em Ladíquia, na Síria, no dia 12 de outubro de 1893, Tuffi Athia deixou sua terra natal com o sonho de empreender e prosperar.  Vindo em um trem de lastro, utilizado para transporte dos operários do assentamento dos trilhos da Estrada de Ferro Sorocabana, com a licença do engenheiro João Carlos Fairbanks, Tuffi desceu na estação de Presidente Prudente – na verdade, uma improvisação, pois a construção não tinha sido terminada -, no dia 4 de fevereiro de 1919, quando o município tinha somente dois anos de fundação e ainda se chamava Patrimônio do Veado – batizado por Francisco de Paula Goulart.

Tuffi e Goulart celebraram uma amizade imediata e forte. Aliando isto a competência de Tuffi, Goulart o nomeou primeiro delegado de polícia local. Também foi nomeado como primeiro agente dos Correios.

Primeiro delegado de polícia, primeiro agente do correio, primeiro sapateiro, seria também, o primeiro a esboçar o plano de construir um campo de futebol em terreno que hoje é ocupado pela Praça Monsenhor Sarrion. Nesse novo trajeto, Tuffi se tornaria o primeiro de mais uma ação: a de formador do primeiro time de futebol de Presidente Prudente: o Brasil Futebol Clube.

Com dons de marcenaria e de costura, começou a confeccionar caixões sob medida em uma época de alta taxa de mortalidade infantil e epidemias que assolavam a recém-criada comunidade prudentina.

Em janeiro de 1926, procurou pelo prefeito Pedro Gomes, interessado na abertura de uma empresa funerária, favorecendo a compra de urnas mortuárias pelas famílias de desaparecidos, que precisavam viajar a São Paulo para comprar um produto superior ao então disponível na cidade. Os argumentos convenceram Gomes e uma licença foi cedida a ele, autorizando a instalação da funerária no mês seguinte e, assim, sendo o pioneiro no segmento do luto na região.

Nos anos seguintes, a Empresa Funerária Athia estabilizou-se e foram abertas filiais na Vila Marcondes, Vila Industrial e Jardim Paulista. Na década de 1960, Tuffi Athia construiu uma das primeiras casas de velório do país. O espírito empreendedor de Tuffi Athia resultou em uma grande expansão de serviços: clínica, cemitério parque – hoje, municipalizado -, centro de convivência (CCA), serviço social, floricultura, crematório, entre outros.

Tuffi Athia morreu em 21 de outubro de 1984, aos 91 anos.

O cemitério

Localizado na Avenida José Campos do Amaral, no Residencial Anita Tiezzi, o Cemitério Campal Tuffi Athia possui 48.400 metros quadrados e prazo de vida útil de até 40 anos, com capacidade para mais 50 mil sepultamentos.

Inaugurado em 2001, foi o primeiro cemitério parque implantado na região. A necrópole foi municipalizada em 2013.

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