Foi lançado na última semana o estudo Demografia Médica do Estado de São Paulo 2026 (DMSP), conduzido pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) em parceria com a Associação Paulista de Medicina (APM) e a Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP). O levantamento é inédito aprofunda o perfil, a distribuição e as tendências da força de trabalho médica nos 17 Departamentos Regionais de Saúde (DRS).
No estudo, que é bem detalhado, quatro DRSs apresentam maior equilíbrio entre médicos clínicos gerais e especialistas. Araçatuba, Baixada Santista, Marília e Presidente Prudente têm percentuais próximos de 50% para cada grupo.
No estado como um todo, cerca de 40,3% dos médicos atuam sem título de especialista, enquanto 59,7% são especialistas — percentual que reflete tendências nacionais de expansão no número de médicos generalistas, especialmente diante da abertura de novos cursos de medicina.
Prudente precisa de mais médicos
Presidente Prudente apresenta uma razão de 3,25 médicos por 1.000 habitantes, número inferior à média estadual, que é de 4,28 médicos por 1.000 habitantes.
Em termos práticos, isso significa que a região de Presidente Prudente possui cerca de 24% menos médicos por habitante do que a média do Estado de São Paulo, evidenciando uma desigualdade importante na distribuição dos profissionais de saúde.
O DRS de Presidente Prudente abrange 45 municípios, com uma população estimada em 766.059 habitantes. Para atender essa população, a região conta com 2.490 médicos, o que representa apenas 1,3% do total de médicos do estado, apesar de concentrar 1,7% da população paulista.
Esse descompasso reforça que a região possui menos médicos proporcionalmente do que deveria, considerando o tamanho de sua população.
Enquanto o estado de São Paulo, como um todo, mantém uma densidade considerada alta em padrões nacionais (4,28 médicos por 1.000 habitantes), Presidente Prudente se aproxima mais de regiões do interior, ficando abaixo de polos como Ribeirão Preto (5,07), Grande São Paulo (4,63) e São José do Rio Preto (4,16).
Especialistas
Segundo o estudo, Presidente Prudente concentra 1.298 médicos especialistas, atendendo uma população estimada de 766.059 habitantes. Isso resulta em uma razão de 169,44 especialistas por 100 mil habitantes.
A média do Estado de São Paulo é de 255,47 médicos especialistas por 100 mil habitantes, o que coloca Presidente Prudente bem abaixo do patamar estadual. Na prática, a região tem cerca de 34% menos especialistas do que a média paulista, evidenciando uma desigualdade significativa no acesso a atendimentos especializados.
Mesmo quando comparada a outros polos do interior, Presidente Prudente ocupa uma posição intermediária-baixa. Fica atrás de regiões como Ribeirão Preto (309,58), Grande São Paulo (295,19), Campinas (244,97) e São José do Rio Preto (237,56). Também é superada por Taubaté (193,53) e Bauru (186,94).
Por outro lado, Prudente apresenta indicadores melhores do que regiões como Araçatuba (132,09), Franca (147,24), Sorocaba (151,40) e Registro (93,02).
A menor densidade de especialistas tende a gerar filas prolongadas, maior dependência de encaminhamentos para outros centros e sobrecarga dos profissionais existentes, especialmente em áreas como cardiologia, neurologia, ortopedia e oncologia — especialidades com alta demanda no SUS.
Ainda segundo o estudo, Prudente tem uma deficiência crítica em médicos na especialidade de anestesiologista. Com apenas 56 profissionais a cidade tem um das menores razões por 100 mil habitantes destes profissionais.
RAIO-X DA DRS








