
O promotor Lincoln Gakiya relata ameaças constantes do PCC (Primeiro Comando da Capital) e critica a falta de leis federais para proteger autoridades ameaçadas, ao portal UOL.
Operação do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo), da Polícia Civil e da Polícia Militar mostrou que Gakiya e o coordenador dos Presídios da Região Oeste de São Paulo, Roberto Medina, eram monitorados por grupos criminosos.
Gakiya diz que vive sob escolta há mais de dez anos e revela que o grupo criminoso elaborou planos detalhados para assassiná-lo, com monitoramento de rotina e até uso de
drones para filmar sua família.
“Eu já estou há 20 anos trabalhando em investigações contra o PCC, ando com escolta há mais de 10 anos. Houve vários planos para me matar, que a gente conseguiu detectar, mas não é por isso que eu não tenho receio, que eu não fique realmente amedrontado. A gente percebe que em situações como essa — de levantamento de rotina e de filmagens até por drone — chegaram muito próximos de mim e da minha família, então isso realmente é aterrorizador”, disse o promotor.
“Os governos passam, as coisas mudam e, às vezes, quando o sujeito se aposenta, como foi o caso do Ruy Ferraz Fontes, você acaba sendo esquecido, abandonado. Acontece que esse tipo de planejamento, eles não vão parar. Quando eu parar de exercer a minha atividade, eu tenho certeza que esse planejamento [de execução] vai voltar a ocorrer. O que eu consegui fazer é, mais uma vez, deter um plano em andamento. Essas imagens que estão sendo divulgadas foram gravadas em junho e julho, mais ou menos na mesma época também do levantamento do Ruy Ferraz”, lembrou Gakiya.
Descobriu-se que houve o uso de drones para monitorar o trajeto do promotor do trabalho para sua casa.
OPERAÇÃO
A ação, que contou com intenso planejamento e integração entre as forças de segurança, têm por objetivo o cumprimento de 25 mandados de busca domiciliar distribuídos nas cidades de Presidente Prudente (11), Álvares Machado (6), Martinópolis (2), Pirapozinho (2), Presidente Venceslau (2), Presidente Bernardes (1) e Santo Anastácio (1).
As investigações, que tramitam sob a condução da 1ª DIG/DEIC 8, revelaram a existência de uma célula do crime organizado estruturada de forma compartimentada e altamente disciplinada, incumbida de realizar levantamentos detalhados da rotina de autoridades públicas e de seus familiares, com a clara finalidade de preparar atentados contra esses alvos previamente selecionados.
De acordo com os elementos colhidos, os criminosos já haviam identificado, monitorado e mapeado os hábitos diários de autoridades, num plano meticuloso e audacioso que demonstrava o grau de periculosidade e ousadia da organização. A célula operava sob rígido esquema de compartimentação, no qual cada integrante desempenhava uma função específica, sem conhecer a totalidade do plano, o que dificultava a detecção da trama.
A ação integrada entre os setores de inteligência da Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal e Ministério Público foi fundamental para detectar e neutralizar o plano antes que fosse executado, impedindo que o crime organizado alcançasse seu objetivo. A atuação coordenada das instituições permitiu a identificação dos envolvidos na fase de reconhecimento e vigilância, bem como a apreensão de materiais e equipamentos que serão submetidos à perícia.
Ate o momento a operação já apreendeu:
– Drogas apreendidas: 4.363,39 gramas
– Petrechos utilizados para o comércio de drogas
– Veículos: 1 motoneta, 1 moto, 1 Fiat Palio 1 e camionete
– Armas/munições: 1 simulacro de arma de fogo e 30 munições calibre .380
– R$ 7.600,00
– Equipamentos eletrônicos: celulares, notebook, computadores, tablets, dentre outros
– Anotações diversas relacionados com a investigação
Foram presos dois homens por tráfico de drogas em flagrante.
Fonte: Com informações do Portal UOL





