CINEMA: Sesc Thermas exibe documentários prudentinos sobre memórias da ditadura e mobilidade urbana para mulheres


O cinema documental ganha espaço no Sesc Thermas de Presidente Prudente em duas noites especiais de setembro. As exibições reúnem produções recentes que dialogam diretamente com a história e a realidade da região, seguidas por bate-papos com os produtores.

Nesta terça-feira (16/9), às 20h, será exibido Memórias da Ditadura no Oeste Paulista (Brasil, 2024), dirigido por Cláudio Santos e Matheus Maturano.

A obra resgata vivências de comunidades prudentinas durante os anos da ditadura militar no Brasil (1964-1985). Com depoimentos de quem presenciou o período, o documentário lança luz sobre histórias de resistência, solidariedade e coragem que marcaram a região. Após a sessão, os diretores participam de uma roda conversa com o público.

“Esse documentário nasceu de um desejo antigo meu, ainda em 2012, quando era aluno. Sempre vi a repressão da ditadura militar no Brasil retratada a partir da ótica dos grandes centros, e isso me despertou a curiosidade de entender o que aconteceu aqui em Presidente Prudente e nas cidades vizinhas naquele período”, conta o diretor Cláudio Santos.

Ele explica que, em 2024, com leis de incentivo, teve a possibilidade de realizar essa produção. “É um recorte delicado, um tema difícil de ser tratado, mas que conseguimos concluir com cuidado e compromisso. Ainda mais rico é que esse processo abriu caminhos. Graças a ele, estamos nos preparando para nosso próximo filme, também sobre memória e resistência, que será lançado em novembro”, completa.

Apoio:

Já no dia (23/9), também às 20h, a exibição é de Cidade, substantivo feminino? (Brasil, 2025), criação da artista multimídia Lizis, em parceria com Zero.

O filme aborda criticamente a mobilidade urbana sob a perspectiva de mulheres de Presidente Prudente, conectando depoimentos e registros cotidianos à linguagem da arte urbana, em especial ao lambe-lambe.

A obra abre debate com uma crítica à exclusão do gênero feminino na formação do espaço, refletindo em lugar de insegurança e de vulnerabilidade. Aborda uma visão sobre o corpo que, como sujeito, ocupa os espaços públicos, mas também busca pertencer a esses lugares de vivência, ter o seu direito pleno à cidade.

Segundo Lizis, o documentário propõe mostrar que a cidade não é um instrumento inerte, é produto e produtora de relações sociais desenvolvidas no decorrer dos tempos e cenários.
“Neste projeto, buscamos provocar uma nova visão sobre as práticas das relações sociais nesses contextos, incorporando soluções para o direito à cidade e extinguindo, de uma vez, os espaços de exclusão e vulnerabilidade feminina que ainda moldam, de forma angustiante, a maneira como as mulheres vivenciam e se apropriam das cidades”, explica a diretora.

Após a exibição, Lizis e Zero conversam com o público sobre o processo criativo.

INGRESSOS

As duas sessões acontecem na Área de Convivência do Sesc Thermas, com entrada gratuita. Os ingressos (limitados a dois por pessoa) podem ser retirados on-line ou na Central de Relacionamento a partir das 12h do dia de cada exibição.

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