O relatório da Comissão de Ética da Câmara Municipal de Presidente Prudente, que investiga a possível falta de decoro do vereador Izaque Silva, será apresentado na sessão ordinária desta segunda-feira, 11 de agosto, e pode definir os próximos passos no processo contra o parlamentar, que está em seu oitavo mandato.
A comissão é composta pelo vereador Babu da Cohab (presidente), Aristeu Penalva (relator) e Mauro Neves (membro). O que chama a atenção é que dois dos integrantes — Babu e Aristeu — estão em seu primeiro mandato, enquanto o investigado é um dos parlamentares mais experientes da Casa, com oito mandatos.
As denúncias contra Izaque apontam suposta falta de decoro parlamentar, após episódio na sessão de 30 de junho, em que ele teria xingado e quase agredido fisicamente o procurador da Câmara, Dr. Fernando Monteiro, e o atual presidente do Legislativo, William Leite.
Após a leitura do relatório pela comissão, os demais vereadores votarão em plenário a abertura de uma Comissão Processante. Caso seja instaurada, poderá culminar na cassação do mandato de Izaque.
A sessão ordinária promete ser marcada por tensão, já que a decisão poderá definir não apenas o futuro político do vereador, mas também o tom das relações internas no Legislativo prudentino.
ENTENDA O CASO
O procurador jurídico da Câmara Municipal de Presidente Prudente, Fernando Monteiro, protocolou em 08 de julho, um pedido formal ao presidente da Casa, vereador William César Leite (PP), solicitando a abertura de um processo de cassação de mandato contra o vereador Izaque José da Silva (PL). A acusação é de quebra de decoro parlamentar por supostos atos de assédio moral e ofensas graves durante sessão legislativa.
Segundo a denúncia, na sessão ordinária de 30 de junho, Izaque teria se exaltado ao saber que o procurador jurídico não registraria parecer em um projeto de lei de sua autoria antes do prazo regimental. Na tribuna, o vereador acusou Monteiro de beneficiar outros parlamentares e atrasar propositalmente seus projetos, utilizando expressões como “o todo poderoso”, “marajá da Câmara” e “perseguidor”.
A situação teria se agravado quando, ainda em plenário, o vereador teria proferido xingamentos de baixo calão ao procurador, incluindo expressões ofensivas e ameaças. De acordo com a denúncia, Izaque também tentou agredir fisicamente o servidor, sendo contido por outros funcionários da Casa, que testemunharam o episódio.
O mesmo ocorreu com o presidente da Casa, que também foi alvo do “Dia de Fúria” do vereador. William Leite também protocolou outra denúncia por falta de decorro parlamentar contra Izaque Silva.