Faleceu nesta terça-feira, 05 de agosto, aos 66 anos, Luiz Otávio Aranha Lacombe — ex-técnico da Seleção Brasileira de Karatê e um dos maiores nomes do esporte na cidade.
Após ter um mal-estar há alguns dias, ele foi internado, e na madrugada de hoje não resistiu a diversas complicações do diabetes.
Reconhecido por sua atuação na Secretaria Municipal de Esportes (Semepp) e na Amepp, além da formação de gerações de atletas, Lacombe deixa um legado marcado pela disciplina, conquistas e dedicação ao desenvolvimento do karatê no Brasil.
Nascido no Rio de Janeiro, Lacombe iniciou-se no karatê aos 11 anos e logo despontou em competições nacionais. Foi bicampeão de katá e luta em Brasília (1975 e 1976) e, em 1985, sagrou-se campeão carioca e vice-campeão brasileiro. Formado como professor de karatê pelo CREF, também cursou dois anos de Direito. Como atleta e técnico, obteve reconhecimento por sua seriedade, técnica apurada e paixão pela arte marcial.
Em 1988, transferiu-se para Presidente Prudente, onde fundou a academia Nagai Kan. Dois anos depois, assumiu a equipe da Amepp, iniciando uma fase vitoriosa para o karatê prudentino: foram 11 títulos dos Jogos Regionais e, em 1995, uma vitória histórica nos Jogos Abertos do Interior, encerrando a hegemonia de Guarulhos. Durante sua trajetória na cidade, também atuou como professor em diversos bairros e escolas, ampliando o acesso ao esporte.
Lacombe comandou a Seleção Brasileira de Karatê por 20 anos, atuando do juvenil ao adulto. Entre os momentos mais marcantes, destacou a participação no Mundial de Johanesburgo, onde a equipe conquistou 15 medalhas — um recorde nacional. Também liderou a seleção em sete títulos Pan-Americanos, seis Sul-Americanos e na campanha nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, que rendeu mais 11 medalhas.
Além dos títulos, Lacombe tinha orgulho de ter formado centenas de atletas, entre eles nomes como Carlos Augusto, Mario Augusto, Tuche, Pezão, Alexandre Serra, Aline Silva e Flávio José da Silva. Em vida, sempre fez questão de reconhecer os mestres e apoiadores que o inspiraram, como Chiderico Alan Castro, Antonio Flávio Testa, Celso Rodrigues, Sadamu Uriu e o ex-prefeito Agripino Lima.