Havan é proibida de publicar vídeos das pessoas roubando em suas lojas


A varejista Havan, que tem o empresário Luciano Hang como proprietário, removeu das redes sociais as publicações intituladas “amostradinhos do mês”, que exibiam imagens de pessoas supostamente tentando furtar produtos em suas lojas. A medida foi tomada após notificação enviada pela Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que apura possíveis violações à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).

As publicações começaram a ser feitas no primeiro semestre de 2024 pela Havan. Por meio dessa iniciativa, e dada a sua repercussão, os furtos caíram 50% em suas lojas. Antes dos vídeos serem derrubados, eles já haviam alcançado mais de 100 milhões de visualizações apenas em 2025.

Em outra oportunidade, a Havan enviou nota à Gazeta do Povo afirmando que “mesmo com flagrantes e ações da polícia, os casos continuavam acontecendo por conta da falta de punição efetiva”. Diante desse cenário, a empresa decidiu agir por conta própria, expondo “o problema para chamar a atenção da sociedade e das autoridades” por meio da publicação de vídeos dos supostos furtos.

O que diz a LGPD sobre a divulgação de vídeos de furtos
A LGPD proíbe a divulgação de dados pessoais — como imagens que identifiquem indivíduos — sem consentimento, salvo em hipóteses específicas previstas em lei. Em casos de infração, a empresa pode ser advertida, multada e até impedida de realizar certas operações de tratamento de dados.

De acordo com o jornal Correio do Sudoeste, a ANPD afirmou, por meio de nota, que a Havan protocolou um pedido formal para revisão da notificação. “A fiscalização está analisando as informações apresentadas e verificando a conformidade das condutas adotadas pela empresa”, disse o órgão.

Apoio:

A reportagem procurou tanto a ANPD quanto a assessoria de imprensa da Havan para obter esclarecimentos adicionais, mas até a publicação desta matéria, não houve retorno.

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