UNOESTE 50 ANOS: A história do professor Agripino e Dona Ana

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Por mais paradoxal que pareça, existem perguntas que não precisam de respostas. Veja: O que seria de Prudente se não existisse a Unoeste? O que seria do oeste paulista se não fosse o Hospital Regional de Presidente Prudente? Grandes instituições que falam por si só, com as assinaturas de Agripino de Oliveira Lima Filho (em memória) e Ana Cardoso Maia de Oliveira Lima no mérito das obras e de suas finalidades.

É sonho alimentado por um ideal, pois escola criada por professores também não é apenas negócio, é desejo de transformação de vidas, sempre para melhor; e nisso inclui-se o hospital, que serve para estágio de cursos da saúde.

A maior universidade do oeste paulista nasceu com esse ideal, fundada por essas duas personalidades inseridas na história regional, ambas com seus nomes associados a palavras de respeito: “Professor” Agripino e “Dona” Ana. Suas histórias de vida se assemelham pelas dificuldades superadas, iniciadas trabalhando na roça.

Ela, filha do meio entre cinco irmãos e que aos 8 anos de idade entregava leite. Ele, o 8º de 12 irmãos, também começou a trabalhar cedo na fazenda onde nasceu, em Lençóis Paulista. Em 1951, formada professora, foi lecionar em uma escola rural de Gália, sua cidade natal. Em 1953, conheceu e casou-se, em Garça, com seu colega de profissão.

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Em 1957, aprovado em concurso, ele foi diretor de escola rural em Martinópolis. No ano seguinte, foram para Alfredo Marcondes. Em 1962, chegaram a Prudente e fizeram o curso de Administração Escolar. Ambos dirigiram escolas públicas. Ele também se formou em Direito, chegando exercer a advocacia; além de ter sido entregador de bebidas e motorista de caminhão, vendedor de carros e de livros.

 Associação Prudentina de Educação e Cultura – Apec

Um casal de professores que compartilhavam do mesmo objetivo: transformar vidas por meio do conhecimento. Quando se mudaram para Presidente Prudente, Agripino e Dona Ana perceberam que para cursar uma licenciatura era preciso percorrer quilômetros. Um obstáculo que impedia a formação de muitas pessoas que não tinham condições de se deslocar. Assim, surgiu a ideia de montar a escola superior acessível para a população.

Em 1971, o professor Agripino foi eleito presidente do Centro do Professorado Paulista e se uniu a um grupo de docentes para planejar uma faculdade. Amparado por Dona Ana, correu atrás desse sonho, indo por diversas vezes a Brasília (DF), até que em 3 de outubro de 1972 foi publicado o decreto federal que autorizava o funcionamento da Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente (Faclepp), da Associação Prudentina de Educação e Cultura (Apec). Momento que a história de Presidente Prudente ganha um novo rumo.

Os três cursos pioneiros foram Estudos Sociais, Letras e Pedagogia, com início das atividades acadêmicas em 17 de outubro do mesmo ano, provisoriamente no Colégio Cristo Rei. Mas a aula inaugural ocorreu quatro dias depois (21). Ao mesmo tempo a Apec iniciava a construção de seu primeiro prédio, inaugurando em fevereiro de 1973 o Bloco A do campus 1. A partir daí, novas graduações foram idealizadas ano a ano. Inovou com a Faculdade de Odontologia em 1974, mudando o cenário da saúde no oeste paulista. Em pouco tempo, a instituição contemplava todas as áreas do conhecimento.

Ao debutar em 1987, houve a transformação de faculdade em universidade e a Apec tornou-se mantenedora da Unoeste. Hoje, são mais de 100 graduações, entre presenciais e a distância, além da pós-graduação com cursos lato e stricto sensu. Em 2018 e 2019 iniciou a construção de uma nova história também nos municípios de Jaú e Guarujá, a princípio com o curso de Medicina. Desde 2021 essas cidades já contam com os novos campi da Unoeste, que também oferecem outras graduações e pós. Aliás, foi também no ano passado que a universidade de raiz prudentina garantiu presença no Japão, com o seu primeiro polo internacional da Educação a Distância.

Hospital referência  

Além de construir a maior universidade do oeste paulista e uma das mais completas do país, os fundadores da Unoeste também mudaram a história da saúde regional. Afinal, a saúde era também uma das prioridades do professor Agripino. Assim, construíram o Hospital Universitário (HU).

Na inauguração, em 22 de fevereiro 1997, ele disse que “só ficaria feliz quando todos tivessem o mesmo atendimento, ricos ou pobres”. O complexo foi estadualizado em 2009, tornando-se Hospital Regional, o 3º maior público do estado e referência no tratamento da Covid-19. O local é um importante campo de estágio para os cursos da saúde da Unoeste.

Grandes personalidades “prudentinas”

Cidadãos prudentinos, o Professor Agripino e a Dona Ana sempre se orgulharam da história construída na cidade. No setor público, ela foi vereadora. Ele foi vereador duas vezes, prefeito três, deputado estadual e federal constituinte.

Aos 92 anos de idade, Dona Ana comemora os 50 anos da realização de um sonho, com a certeza de dever cumprido em todas as suas missões como professora. Afinal, foram quase 70 anos de dedicação. Cumpriu sua jornada no ensino básico, aposentando-se pelo estado em 1980, e permaneceu à frente da Unoeste por mais de 35 anos. Hoje, orgulha-se de ver filhos e netos empenhados em prosseguir neste projeto, expandindo a universidade para outras regiões e até mesmo outro país.

No Jubileu de Ouro, o Professor Agripino completaria 91 anos. Faleceu em 7 de março de 2018. Acreditava na força do trabalho e até seus últimos dias frequentou diariamente à universidade, a sua primeira grande obra. Circulava pelos corredores, gostava de cumprimentar as pessoas, sempre com o sorriso no rosto.

Vidas marcadas pelo trabalho, pela caridade e pela fé. Aspectos em comum que sempre uniram os dois ícones da Unoeste. Os professores Agripino e Dona Ana foram exemplo de parceria em tudo que construíram juntos, tanto no aspecto pessoal como profissional.

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