No dia da Conscientização autistas mostram que se pode viver bem com a condição

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A psicopedagoga Lurdinei Coelho acompanha tratamento com autistas | Foto: Rosângela Miranda

O dia 02 de abril de 2007 foi comemorada pela primeira vez a data da Conscientização sobre o Autismo, que tem como objetivo informar a toda população do que se trata e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam pessoas afetadas pelo transtorno.

Os transtornos do espectro autista (TEAs) aparecem na infância e tendem a persistir na adolescência e na idade adulta. Na maioria dos casos, eles se manifestam nos primeiros 5 anos de vida. As pessoas afetadas pelos TEAs frequentemente têm condições comórbidas, como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. O nível intelectual varia muito de um caso para outro, variando de deterioração profunda a casos com altas habilidades cognitivas.

Sintomas:

De acordo com o quadro clínico, os sintomas podem ser divididos em 3 grupos:

Apoio:


– Ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

– O paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

– Domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal. (Fonte: Associação de Amigos Autistas).

Mayra Gabriela, 18 anos, tem autismo e leva uma vida praticamente normal | Foto: Album de família

Em entrevista exclusiva ao Diário de Prudente, o pai de Mayra Gabriela, Laeçon Rosa explica como convive e ajuda a filha, que também tem deficiência intelectual.

“Apesar de apresentar o problema de autismo e deficiência intelectual, ela tem uma vida normal. A família a acolhe com muito amor e carinho. Ela estuda, participa de lazer, de movimentos religiosos, porém tudo isso se deve também ao acompanhamento profissional como psicólogos, terapeutas, médicos em geral”, comenta Laelçon que mora em Presidente Epitácio.

Procuramos também maiores informações sobre o assunto com a profissional psicopedagoga Lurdinei Coelho, de Presidente Venceslau, que ressaltou que o acompanhamento e tratamento possuem etapas, que devem ser rigorosamente obedecidas.

“Em casos de crianças com autismo, primeiro você atende os pais ou responsável, e depois a criança”, ressalta.

Segundo ela existe uma avaliação que é feita pelo psicopedagogo e o diagnóstico é realizado somente pelo neurologista.

Uma segunda etapa é conhecer a criança e criar vínculo, que é dos fatores importantíssimos. “Talvez o mais importante, pois se não criarem vínculo a terapia não vai ter sucesso e nem prosseguimento”, enfatiza Lurdinei.

A piscopedagoga ainda relata que é traçado um plano interventivo, onde é de suma importância que em todo processo ocorra contato entre família, escola e outros profissionais que acompanham a criança.

Lurdinei assegura que autismo não é uma doença. Cada criança é única, por isso é traçado um plano interventivo especial para cada uma dela, o qual é ajustado conforme a criança responde de forma positiva ou não.

“É necessário que os profissionais que lidam com crianças autistas, se atualizem constantemente, e que tenham supervisão constante, acima de tudo que ame a sua profissão”, finaliza Lurdinei.

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