
O desaparecimento de um menino de seis anos em Belém (PA) terminou de forma trágica. O corpo da criança foi encontrado dentro de uma mala preta deixada em frente ao Cemitério da cidade e o principal suspeito acabou morto por populares antes mesmo de ser ouvido pela polícia.
Paulo Guilherme da Silva Guerra, 6 anos, havia desaparecido na noite de domingo (26), depois de sair para brincar nas proximidades da casa da avó. A família iniciou as buscas logo nas primeiras horas, mobilizando vizinhos e publicando fotos nas redes sociais. No dia seguinte, 27 de outubro, uma moradora notou uma mala abandonada em frente ao cemitério e, ao abri-la, se deparou com o corpo do menino.
O local rapidamente foi cercado por curiosos e, pouco depois, pela polícia. A perícia confirmou que o corpo era de Paulo Guilherme, mas ainda não determinou a causa exata da morte. Não havia sinais visíveis de violência, e o resultado do laudo necroscópico deve esclarecer a causa da morte.
Horas após o corpo ser encontrado, moradores da região apontaram como suspeito um homem identificado como George Hamilton dos Santos Gonçalves, de 44 anos, que vivia em situação de vulnerabilidade e era conhecido por recolher materiais recicláveis no bairro. Ele teria sido visto empurrando um carrinho de mão com uma mala semelhante à usada para ocultar o corpo.
Dentro também havia uma luva de boxe. O avô da criança é treinador de um lutador.
Revoltados, moradores se reuniram e passaram a procurar o suspeito. George foi localizado em uma rua próxima e acabou sendo brutalmente agredido e morto. Ele tinha antecedentes por estupro de vulnerável, segundo a Polícia Civil, mas nenhuma prova técnica confirmava sua participação direta no assassinato do menino.
O linchamento impediu que a polícia obtivesse informações cruciais sobre o crime. O delegado responsável pelo caso, afirmou que a investigação se tornou mais difícil, “Agora dependemos exclusivamente da perícia. A violência coletiva não nos traz justiça, apenas destrói a chance de descobrir a verdade.”
A Polícia Científica do Pará aguarda os resultados do exame cadavérico e de DNA. O celular do suspeito, que poderia conter imagens ou mensagens relacionadas ao caso, ainda não foi encontrado. A Delegacia de Homicídios segue colhendo depoimentos e tentando rastrear os últimos passos da vítima.



