Bebê de um ano com sarna é resgatado após sofrer tortura do pai em Presidente Prudente

Um caso de extrema violência contra uma criança de apenas um ano e um mês chocou até mesmo a polícia e os membros do Conselho Tutelar de Presidente Prudente na noite deste sábado, 16 de agosto. A Polícia Militar foi acionada por volta das 18h50 para atender uma denúncia no Jardim Marisa, feita pela avó do bebê, que temia pela integridade do neto.

Ao chegar ao local, os policiais encontraram o pai da criança, de 29 anos, em uma residência de dois cômodos, com as luzes apagadas. O homem, que não possui emprego fixo, tentou impedir a entrada da equipe e alegou que o filho estava apenas dormindo. Diante da resistência, ele foi algemado e contido.

Dentro da casa, a cena encontrada pelos policiais foi de profunda tristeza. O bebê estava deitado na cama, assustado e com sinais evidentes de violência: hematomas na cabeça, lesões nos olhos, no braço e nos dedos. Além das marcas de agressão, o menino apresentava sinais de negligência, como sarna, piolhos e fome.

Imediatamente, a criança foi levada para a UPA Guanabara, onde recebeu os primeiros cuidados médicos. Os profissionais constataram que o pequeno estava debilitado, com indícios de desnutrição, além de uma possível fratura no crânio e hemorragias nos olhos. Devido à gravidade, foi transferido para o Hospital Regional, onde segue internado.

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Segundo o relato dos policiais, a residência se encontrava em condições insalubres, sem água, luz ou alimentos adequados para uma criança. Havia apenas uma caixa de leite em mau estado de conservação, sem refrigeração. O Conselho Tutelar foi acionado e acompanha de perto o caso, assegurando que a criança não será entregue a familiares sem autorização formal.

O pai confessou ter agredido o filho, após ele cair da cama e começar a chorar. Em seu depoimento, admitiu que “não sabe lidar com o choro” da criança e que já havia batido nele em outras ocasiões. Ele foi preso em flagrante e segue detido, enquanto a Justiça avalia a conversão para prisão preventiva.

FAMÍLIA DESTRUÍDA

O histórico familiar aumenta ainda mais a gravidade da situação. O homem possui vários antecedentes criminais e havia deixado o sistema prisional em janeiro deste ano. Já a mãe da criança, segundo informações apresentadas no Boletim de Ocorrência, abandonou o filho com uma conhecida em Prudente e se mudou para São Paulo, onde passou a se prostituir. Logo em seguida o pai pegou o menino na casa dessa pessoa, e começou a cuidar dele.

Laudos preliminares emitidos pelo médico-legista indicam que as lesões no corpo da criança têm diferentes estágios de evolução, o que aponta para agressões recorrentes. O relatório oficial do delegado classifica o caso não apenas como maus-tratos, mas como verdadeira tortura contra um bebê em situação de extrema vulnerabilidade.

Segundo o Conselho Tutelar, este caso evidente de tortura e maus tratos, reforça a importância da denúncia e da atuação rápida dos órgãos de proteção. O bebê ficará sob os cuidados de uma pessoa designada pelo Conselho Tutelar, até decisão jurídica sobre a guarda.

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