A Cocal foi fundada em maio de 1980, uma usina na cidade de Paraguaçu Paulista que via no Proálcool (programa de incentivo do governo para produção do etanol) o momento ideal para fabricar o biocombustível. Passaram-se 45 anos e, agora, é a vez do município paulista começar a produção do biometano em apoio à transição energética brasileira.
Com investimento de R$ 216 milhões numa parceria com o BNDES, a planta utiliza a vinhaça e a torta de filtro, resíduos nobres da cana-de-açúcar, na produção do biogás, além de esterco animal de uma granja da região.
No conceito “over the fence”, a Cocal e a Granja Shida fecharam um modelo de negócio que reforça a sustentabilidade. A granja fornece esterco e efluente residual para a Cocal produzir o biometano. Já a Cocal fornece energia elétrica de fonte renovável e o biometano para o funcionamento dos aquecedores das aves, iluminação e operação geral da granja.
De acordo com o membro do conselho de acionistas da Cocal, Carlos Ubiratan Garms, a nova planta de biogás representa o desenvolvimento do oeste paulista. “Esse projeto significa a geração de empregos e a expansão do biometano na matriz energética das empresas e indústrias da região, ou seja, uma diminuição no consumo de combustíveis fósseis em São Paulo. Com nossas duas plantas em atividade, nossa região se torna uma das principais produtoras de biometano do mundo”, destaca Ubiratan.
A distribuição do biometano produzido na planta será feita via GNC (gás comprimido em cilindros transportados por meio de caminhões). Dessa forma, qualquer cliente industrial ou comercial, independente da região, que esteja interessado no gás renovável será atendido. O objetivo da empresa, a longo prazo, é utilizar somente o biometano como combustível nesses caminhões em substituição ao diesel. Um ciclo completo que garante, praticamente, zero emissões de gases poluentes desde a produção do biometano até a entrega final ao cliente.
Descarbonização da safra
A primeira planta de biogás da Cocal entrou em atividade no final de 2021, na unidade de Narandiba. As duas plantas utilizam tecnologia nacional na produção do biogás, uma parceria com a empresa Geo bio gas&carbon. Outra novidade será o aumento da frota da Cocal, como caminhões, tratores e veículos leves, que já operam exclusivamente a biometano nas atividades agrícolas da sede de Narandiba.

Com o início das atividades da nova planta em Paraguaçu Paulista, a meta da empresa é alcançar mais de 60 equipamentos nas duas sedes operando com biometano e evitar o uso de, aproximadamente, 2 milhões de litros de diesel até o final da safra atual (25/26). A empresa também já estuda expandir a utilização do biometano em caminhões para o transporte da produção de etanol e açúcar em parceria com a Copersucar.
Outro crescimento será na utilização dos biofertilizantes. Após a produção do biogás, as matérias biodigeridas utilizadas no processo estão ricas em nutrientes e voltam para a área de produção como biofertilizantes – dando vida ao solo e representando um avanço na cultura da cana-de-açúcar brasileira. Os biofertilizantes, quando utilizados nos canaviais, reduzem a emissão de gases poluentes desde a produção agrícola e reforçam o modelo de economia circular implementado nos últimos anos pela Cocal.
Sobre a Cocal:
A Cocal é uma empresa 100% nacional, produtora de cana-de-açúcar, açúcar, etanol, energia elétrica, biometano, CO2 food grade e levedura seca. Com atuação há mais de quatro décadas no setor bioenergético, vem investindo cada vez mais em tecnologias de ponta para o aproveitamento máximo da cana-de-açúcar. Suas áreas industriais estão localizadas nos municípios de Paraguaçu Paulista e Narandiba, no oeste do estado de São Paulo.