Fala de prefeito em evento causa perplexidade entre vereadores e empresários


Na manhã da última sexta-feira, 19 de setembro, houve a entrega do Selo Inclusivo e do Selo Empresa Amiga dos Autistas à instituições e empresas que se destacam no apoio à política de inclusão. No evento, de forma breve e aleatória, o prefeito Milton Carlos de Mello – Tupã entrou no assunto sobre os atestados médicos dos servidores municipais e o pagamento de vale alimentação nos dias não trabalhados.

Cinco vereadores, secretários municipais, servidores, o deputado estadual Mauro Bragato e uma dezena de empresários teriam ouvido do prefeito, que já seriam dezenas de milhares de atestados médicos dos servidores de Prudente, e que os valores em vale alimentação pagos em dias não trabalhados poderiam ter sido economizados e serem revertidos em obras e melhorias para cidade.

O teor da fala, que não era condizente com o evento e a energia com a qual foi dita, criou um mal estar no momento, mas também reverberou na Câmara quando os demais vereadores souberam da fala.

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Em conversa com alguns vereadores, eles entendem de forma unânime que o projeto é uma página virada, e que não seria justo punir a todos em detrimento de alguns pouquissímos, que possam estar usando atestados médicos para “cabular” o trabalho.

Na última sessão ordinária, de 15 de setembro, os vereadores rejeitaram o projeto do prefeito para cortar o pagamento de vale alimentação para os servidores nos dias que os mesmos estivessem afastados por atestado médico.

A prefeitura justificou o projeto para o corte baseado em números e possíveis condutas não “ortodoxas” na apresentação de atestados. Foram quase 10 mil atestados nos primeiros seis meses de 2025, o que estaria prejudicando o funcionamento da máquina pública, e em miúdos, ao cortar o vale alimentação em dias não trabalhados, a prefeitura poderia desincentivar aqueles servidores que quissesem tentar justificar faltas sem a devida necessidade.

Projeto com base em apontamento do TCE

É preciso salientar que a ideia do corte do benefício não é de Tupã nem sua equipe, mas sim, um apontamento do Tribunal de Contas de São Paulo visando o princípio da economicidade com o erário público.

Contudo, o projeto repercutiu mal entre alguns servidores municipais, inclusive que fizeram “pressão” entre os vereadores para que o projeto fosse rejeitado, o que realmente aconteceu.

A fala de Tupã causou perplexidade, mas provavelmente tenha sido apenas um desabafo passageiro fora de hora, mas será preciso o prefeito “amansar” os ânimos dos vereadores e de alguns servidores municipais.

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