Aos 116 anos, morre mulher mais idosa do Brasil e a terceira do mundo

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Por
Patrícia Pasquini

Já pensou chegar aos 116 anos sem nunca ter tomado um comprimido para controlar a pressão arterial? A dona Francisca Celsa dos Santos chegou. E por 17 dias não alcançou 117 primaveras.

O segredo? A assistente administrativo Fernanda Aliny Barroso Celsa, 41, disse que a avó era espirituosa, alimentava-se bem e tinha fé em Deus. O amor também fazia parte da receita milagrosa.

Francisca ficou doente uma vez na vida, com pouco mais de 80 anos. Teve um câncer no estômago. Como odiava hospitais, usou a teimosia que lhe era peculiar e o poder sobre a família para evitar a internação. O tratamento foi feito em casa, segundo Fernanda, com remédios naturais —a famosa garrafada.

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Natural de Cascavel, na região metropolitana de Fortaleza (CE), a centenária trabalhou com artesanato a maior parte da vida.

Para a neta, ela estava sempre à frente do seu tempo. Como era decidida, aos 47 anos tomou a iniciativa de ir a um cartório se dar entrada no próprio registro.

Francisca venceu ilesa duas pandemias: gripe espanhola e coronavírus. Quando chegou aos 80, anualmente dizia a todos “eu não passo desse ano”.

O Gerontology Research Group, fundado em Los Angeles, nos EUA, para identificar supercentenários, a reconheceu como a pessoa mais velha do Brasil e a terceira do mundo.

Um dia antes de morrer foi reconhecida como a mais velha da América Latina pelo Guinness, livro de recordes mundiais.

A lucidez acompanhou Francisca até cinco anos atrás, mas até o último dia ela ensinou a amar a família e o próximo.

Francisca morreu em 5 de outubro, aos 116 anos, de pneumonia. No próximo dia 22 de outubro, ela completaria 117 anos.

Viúva, deixa três filhas, netos, bisnetos, trinetos e um legado de bondade.

 

Fonte: Folha de São Paulo

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