Entre Lula e Bolsonaro, Kassab dá sinais de alinhamento com os dois lados

Presidente do Partido Social Democrático (PSD), Gilberto Kassab. | Foto: Daniel Teixeira/Estadão

O secretário de Governo e Relações Institucionais do Estado de São Paulo e presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, agora carrega mais um título em seu currículo: o de “imbrochável, imorrível e incomível”, concedido por Jair Bolsonaro (PL) na última terça-feira, 17 de junho.

Os termos se referem aos “3is” que carregam a medalha com que o ex-presidente presenteia os aliados mais próximos. Mas mais do que o título, a entrega selou a reaproximação dos dois, repleta de altos e baixos.

O partido de Kassab possui três ministérios no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), portanto, a relação com o petista também é cultivada, embora no mês passado ele tenha afirmado que não faz parte do governo Lula, mas, sim, uma ala do partido comandado por ele. O presidente do PSD já foi ministro de Dilma Rousseff (PT), quando chefiou a pasta de Cidades.

No início deste ano, Kassab voltou atrás após afirmar que Lula não seria reeleito em 2026 e chamar de “fraco” o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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Conforme apurou o Estadão/Broadcast, o presidente se irritou com a fala do secretário e cobrou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, filiado à legenda, para procurá-lo e evitar que declarações como essa se repetissem.

Uma semana após a declaração, o secretário recuou e disse que Lula é forte e pode reverter cenário nas próximas eleições, mesma ocasião que garantiu que não quer ser candidato a vice-governador numa eventual chapa de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em abril, Kassab chegou a afirmar que poderia renunciar a candidatura do PSD à Presidência caso Tarcísio entre na disputa.

Já nas eleições passadas, Kassab ensaiou uma aliança com Lula ainda no primeiro turno e tentou marcar posição com uma candidatura própria no centro político – com o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Naquele pleito, Kassab gravou um vídeo para o ato de 42 anos do PT, ao mesmo tempo que não desestimulou ou até trabalhou por alianças estaduais com políticos bolsonaristas. A sigla sustentou palanques para Lula em sete Estados, enquanto para Bolsonaro, em oito.

Fonte: Estadão

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