O secretário municipal de Planejamento de Presidente Prudente, Laércio Alcântara, foi um dos convidados do Fórum de Políticas Públicas e do Congresso Regional de Profissionais (CRP), promovidos pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP). O evento reuniu representantes do setor público, engenheiros e especialistas para discutir os desafios e futuro das cidades, além dos caminhos para soluções sustentáveis e inovadoras.
O bate-papo foi mediado pelo presidente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), Vinicius Marchese, que na mesma noite recebeu o título de cidadão prudentino. A prudentina e engenheira ambiental Maria Constantino, especialista em ESG, também compôs o debate.
Durante a participação, Alcântara foi questionado sobre um tema delicado e que se arrasta por anos: os alagamentos no Parque do Povo. O secretário contextualizou o problema, lembrando o histórico do local, desde a criação da área até a canalização do córrego, além de citar a redução das áreas verdes em função do crescimento urbano. Segundo ele, a obra necessária para solucionar o problema é de grande porte e alto custo, mas está no radar da gestão municipal.
“A Prefeitura já vem conduzindo estudos sobre como essa obra deve ser executada e a gestão mantém diálogo direto com o governador Tarcísio de Freitas, que sinalizou apoio à iniciativa. Sabemos da urgência dessa intervenção, mas, devido ao alto custo, é fundamental agir com cautela e aprofundar os estudos técnicos sobre a área para que a obra traga uma solução definitiva para os alagamentos”, afirmou.
Laércio ainda reforçou a importância da integração entre diferentes áreas da administração pública no planejamento urbano. “Um novo loteamento, por exemplo, sempre é alinhado entre as secretarias de planejamento e obras, mas também com a de saúde e educação. Tudo precisa estar conectado para que a cidade funcione melhor”, pontuou o secretário.
Já a engenheira Maria Constantino abordou o papel das práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) dentro das políticas públicas. Ela destacou que os impactos de serviços e produtos nas cidades precisam ser avaliados com seriedade, e que é fundamental compreender o efeito gerado por uma atividade, tanto no meio ambiente quanto na vida das pessoas.
“Hoje, as grandes empresas já incorporam o ESG em suas práticas. Mas é fundamental que o poder público também compreenda o que está sendo feito, qual é o impacto gerado e quão transparente é esse processo. É assim que se começa a aplicar o ESG no dia a dia das cidades. E, a cada ano, novas linhas de crédito passarão a exigir cada vez mais projetos que contemplem esses princípios”, destacou a engenheira.
O evento também abriu espaço para troca de experiências e reflexões sobre o papel dos profissionais da engenharia na construção de políticas públicas mais eficazes e sustentáveis. Laércio encerrou a participação lembrando da importância de parcerias público-privadas. “Para o desenvolvimento das cidades precisamos contar com os empresários, são vocês que investem no desenvolvimento”, finalizou ele.
A mesa-redonda contou também com a participação de Anna Carolina Oliveira Consolim, professora universitária e secretária municipal de Desenvolvimento Urbano, Mobilidade e Licenciamento de Ourinhos, e de Carlos Alberto Bachiega, presidente do Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Penápolis (DAEP). A noite também foi marcada por homenagens: a Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Presidente Prudente recebeu o Cartão de Prata pelos seus 60 anos de atuação, entregue ao presidente da entidade, Carlos Sérgio Tiritan. Já o presidente do Confea, Vinícius Marchese, foi agraciado com o título de Cidadão Prudentino, em reconhecimento às conquistas que teve à frente do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia. O evento contou ainda com a presença da presidente do CREA-SP, Lígia Marta Mackey.