Na semana em que se comemora o Dia Nacional de Libras, a Língua Brasileira de Sinais – 24 de abril -, a Secretaria Municipal de Educação (Seduc), por meio das escolas de Presidente Prudente, promoveu eventos alusivos à data.
Em uma delas, na Escola Municipal Professora Vilma Alvarez, no Jardim Cambuci, onde há uma aluna surda no 5º ano, a professora e interlocutora de Libras, Vanessa Malafaia, convidou Renan Roque, representando a Associação de Surdos e Surdas de Presidente Prudente (ASSPP), para uma roda de conversa com as crianças.
Os alunos foram participativos, fazendo diversas perguntas sobre a vida do Renan e o uso da Libras. Uma das perguntas feitas pelos estudantes foi se Renan havia sofrido preconceito por ser surdo quando criança. Ele, por sua vez, relatou que sua infância não foi fácil, pois era difícil se comunicar e, por isso, viveu momentos de preconceito e bullying. Renan lembrou que os intérpretes só começaram a atuar nas salas de aula depois que já havia concluído o ensino médio e que todo atendimento especializado que ele teve, era realizado separadamente, na Sala de Atendimento Especializado.
Já na Escola Municipal João Franco de Godoy (Navio), no Jardim Paulista, os alunos interpretaram duas canções em Libras: “Aquarela”, de Toquinho, e o Abecedário da Xuxa, por meio da professora e interlocutora Priscila Muniz. Além das músicas, a secretária municipal de Educação, Sirlei Oliveira, e o vereador Douglas Kato, estiveram presentes para falar sobre educação inclusiva e a efetivação do “Dia Municipal de Libras” no calendário da cidade.
No Brasil, 24 de abril é reconhecido como o Dia Nacional da Libras, tornando-se uma ferramenta essencial para a inclusão de pessoas surdas. Em Presidente Prudente, nesta semana, a Câmara Municipal incluiu na Lei Municipal 5.003/1997, que trata da “unificação das datas comemorativas na cidade”, o Dia Municipal da Libras por meio da Lei nº 11.116/2023.
Participação em evento
Com o tema “21 anos da lei de Libras: Conquistas e Perspectivas da Comunidade Surda”, ocorreu, na última semana também, o 1º Seminário da Associação de Surdos e Surdas de Presidente Prudente (ASSPP), o qual contou com a presença da professora da Educação Especial da rede municipal de ensino, Denise Neves Bertazo. Na ocasião, a profissional concedeu um depoimento sobre como a Língua Brasileira de Sinais (Libras) mudou positivamente sua vida.
Durante essa semana, a interlocutora também promoveu uma dinâmica com seus alunos na Escola Municipal Deputado Castilho Cabral que consistia em “vivenciar a sensação de outras pessoas estarem conversando a sua volta e não entender o que está sendo falado”. Após a atividade, foi promovida uma roda de conversa para discutir a importância da Língua Brasileira de Sinais.
A coordenadora pedagógica da Educação Inclusiva da Seduc, Cristiane Panajota Piperas, destaca que a Libras é a primeira língua do aluno surdo, para que ele possa se comunicar com as pessoas, de modo gestual e visual. Ele se comunicando, conforme explica, estará apto a aprender sua segunda língua, a Língua Portuguesa.
“Esses trabalhos realizados pelas escolas são de extrema importância para que os alunos aprendam a conviver com as diferenças, entendam o contexto do surdo, tornem-se mais empáticos e ampliem o repertório cultural sobre a comunidade surda”, destaca a coordenadora, a qual promoveu, no Centro de Formação Permanente dos Profissionais em Educação de Presidente Prudente (Ceforppe), uma hora de trabalho pedagógico coletivo (HTPC) com as interlocutoras de Língua Brasileira de Sinais e as orientadoras pedagógicas de escolas que possuem estudantes surdos. Na ocasião, o membro da ASSPP e surdo, Flávio Gonçalves, ministrou uma formação sobre Libras para as professoras que fazem parte do Atendimento Educacional Especializado (AEE).
