Presidente do legislativo prudentino denuncia comércio de leitos em UTIs

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Quem dá mais por uma vaga na UTI? A pergunta é corriqueira nos corredores dos hospitais de Presidente Prudente e preocupa o vereador Demerson Dias, 46, o Demerson da Saúde (PSB) que já formalizou denúncia sobre o caso, em sessão ordinária do legislativo prudentino. Ocupando a tribuna da câmara, o vereador pediu apoio ao poder legislativo para exterminar o que chama de quadrilha organizada que age livremente nos principais centros médicos da cidade que atendem a toda a região.

Conforme o edil, diversas ocorrências deste mesmo gênero já foram registradas na sede da Delegacia Participativa e ele anseia que providências sejam tomadas para coibir e apurar estes crimes que vêm acontecendo contra a saúde pública: “Isso não pode ocorrer. É um grave crime praticado por uma verdadeira quadrilha de ladrões e que precisa ser apurado detalhadamente pelo Ministério Público Federal, Polícia Federal e pela Justiça Federal, já que envolve diretamente o INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social). É um acinte à saúde púbica. Um dever que compete somente à Central de Vagas, órgão responsável pela fiscalização e manutenção dos leitos que, deve obedecer rigorosamente à lista de espera, independentemente do poder aquisitivo dos familiares do doente que pleiteia a condição e lógico, não deve ser comercializada como vem acontecendo”, desabafa o vereador.

Ainda conforme Demerson, alguns agentes procuram parentes de enfermos em estado grave e que estão internados nos hospitais da cidade, quer seja através do SUS (Sistema Único de Saúde), quer seja através de convênios particulares e exigem certa quantia em dinheiro para transferir o doente do leito comum para a Unidade de Terapia Intensiva, onde os recursos são maiores e o paciente permanece ligado aos mais modernos aparelhos e monitorado por período integral.

“Sem nenhuma cerimônia, esses agentes abordam parentes dos doentes e com a frieza de quem comercializa uma mercadoria qualquer informam que se trata de um pedido especial do doutor ‘fulano’. A organização ilegal tem ramificações em todos os pontos estratégicos e necessários para que o golpe seja bem urdido. Eles afirmam que o médico tem prestígio e consegue rapidamente esta vaga na UTI que se for por vias normais vai demorar meses e pode ser tarde demais. Depois, eles colocam o preço, sempre acima de R$ 1.000,00 e forçam os familiares dos doentes a buscar a quantia, não importa se através de empréstimos, rifas, “vaquinhas” de familiares ou até mesmo com a venda de bens estritamente necessários para assim, apurar a quantia e salvar o parente doente em estado grave. A vaga na UTI é comercializada por esses criminosos como qualquer outro bem e a prática acontece abertamente dentro dos hospitais”, conta Demerson.

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O vereador já solicitou às autoridades competentes que providências urgentes sejam tomadas e que os responsáveis pelo absurdo sejam punidos exemplarmente pois estão agindo de maneira criminosa, lesando a população carente e o que é pior, deixando de atender aos doentes que por direito deveriam ter acesso às vagas, então comercializadas pelos integrantes do bando.

“Tenho conhecimento de que pelo menos oito casos já foram denunciados na delegacia participativa da Polícia Civil que deverá apurar através de inquérito e indiciar os envolvidos. Isso não pode e não deve continuar acontecendo. É preciso que urgente providência seja tomada e que os integrantes desse grupo sejam presos e respondam pelo crime que estão cometendo”, diz o presidente da Câmara.

Fonte: Prudente Notícias

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